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Por alta influição do imóvel fado, |
"Das grandes naus do Samorim potente, |
"Dambos de dois a fronte coroada |
Outras muitas a tem por companheira: |
"O batel de Coelho foi depressa |
As festas deste alegre e claro dia, |
Quanto já foi aos Gregos o Troiano. |
-"Ó fortes companheiros, ó subidos |
Já dão sinal, e o som da tuba impele |
"Destarte as aconselha o Duque experto, |
Para ajudar na guerra a seus senhores. |
Menos trabalho em tal negócio gasta: |
Crendo co'o sangue só da morte indina |
No colo de alabastro, que sustinha |
Neste peito mortal, que tanto te ama. |
De Pegu, que já monstros povoaram, |
"Mas o velho rumor, não sei se errado, |
Do mal que se aparelha pelo inimigo |
Castigará de Ormuz soberba o erro, |
Com as asas nos pés à Terra desce; |
Restituidor de Espanha e senhor dela, |
O fará retirar, de sangue cheio. |
"Que se o facundo Ulisses escapou |
Divinos os fizeram, sendo humanos. |
C'um resplendor reluze adamantino; |
Estavam três e três, e quatro e quatro, |
O furor vão dos ventos repugnantes: |
Domésticos já tanto e companheiros |
Tomai conselho só d'exprimentados |
Por que contra o Mogor poderosíssimo |
Do licor que Lieo prantado havia |
"Estes, como na vista prazenteiros |
Posto que a fama sua o mundo cerque. |
Aqui há as áureas aves, que não decem |
Da menina que a trouxe na capela, |
Chegados de Inglaterra à costa estranha, |
A antiguidade, que os ilustres ama, |
"Mas cá onde mais se alarga, ali tereis |
"Depois que foi por Rei alevantado, |
Vêem-se as letras nas flores Hiacintinas, |
Sem passar se deteve muitos dias: |
Socorro pede a amigos e parentes. |
Apercebem-se os doze, em tempo breve, |
Que é sem princípio e meta limitada. |
Andais de vosso sangue, ó gente insana! |
Que o medo os compelia do que viam; |
Porém não lhe sucede muito bem. |
O forte e famoso Úngaro estremado, |
Manuel, que exercita a suma alteza, |
Do mundo, que deixava descoberto. |
Me aparece de longe o gesto lindo |
Como se fosse o engano já sabido: |
Assim a formosa e a forte companhia |
Este causa os perjúrios entre a gente, |
Mais avante fareis que se conheça |
Baco odioso em sonhos lhe aparece, |
Em quem menos esforço põe a idade. |
Não sabem a razão de fúria tanta, |
Se lançam a correr pelas ribeiras. |
Que, se daqui escapar, que lá diante |
E mostrando no angélico semblante |
Os geolhos no chão, as mãos ao céu, |
O convida que parta e tome asinha |
"E vós, Deuses do mar, que não sofreis |
Estas que ora de novo são chegadas; |
Que dali nos partíramos, cortando |
Que os pensamentos eram de inimigos, |
Que à terra de Vandália nome deram. |
Com que faças o fim a teu desejo." |
É Deus: mas o que é Deus, ninguém o entende, |
Brama toda a montanha, o som murmura, |
Com pouca corrupção crê que é a Latina. |
Por que razão lhe impede e lhe difere |
Farão dos Céus ao mundo vãos queixumes |
Onde a gente belígera se estende. |
Novo pastor, e nova seita inventa: |
Com ele parte ao cais, por que o arrede |
"Não matou a quarta parte o forte Mário |
Que, por que não passassem, sem que nela |
E, como a seu contrairo natural, |
Do rebelde Sertório antigamente, |
Vêm arneses, e peitos reluzentes, |
Olha o Cisne morrendo que suspira, |
Curral de quem governa o céu rotundo; |
Cinco escudos azuis esclarecidos, |
Fazem que não lha comprem mercadores; |
Porém não lhe sucede muito bem. |
Que tais ódios terá co a nova gente. |
O que deu para dar-se a natureza. |
A qual Coulão, a qual dá Cranganor, |
Mas não lhe sofre a Régia Majestade. |
Maior crédito, e fé de mais alteza, |
Pouco cuida que faz, se logo abranda. |
Cesse tudo o que a Musa antígua canta, |
Ao mundo for, em minhas almadias |
Posto que em força e gente tão pequeno. |
Que da ocidental praia Lusitana, |
O grão Rei incansábil, ajuntando |
Senão o de seus passados, até morte. |
Que vencedor vos façam, não vencido. |
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